quinta-feira, 7 de julho de 2011

BANCO CENTRAL E A CORRUPÇÃO NO CEARÁ

O ex-prefeito de Boa Viagem, interior do Ceará, Antônio Argeu Nunes Vieira foi denunciado pelo Ministério Público Federal por apropriação de recursos públicos. Segundo o procurador da República Luiz Carlos Oliveira, o ex-prefeito é responsável por desvio de verba destinada à compra de alimentos para idosos do município. O advogado do ex-prefeito, Paulo Quezado, disse ao G1 que não foi notificado da denúncia e que por isso não vai comentá-la.


De acordo com a denúncia do Ministério Público, Argeu havia firmado convênio com Ministério da Previdência e Assistência Social quando era prefeito de Boa Viagem, entre 1996 e 2000, para receber verba de R$ 18.864,00, que seria usada para compra de alimentos. A prefeitura, segundo o procurador, encaminhou a prestação de contas, mas foi reprovada.


A reprovação se deu por conta de irregularidades apontadas pelo Ministério Público Federal. O órgão apurou que os idosos que deveriam receber os alimentos não receberam o benefício. Também não foi encontrado os itens estocados em qualquer almoxarifado da prefeitura, segundo o Ministério. Antônio Argeu Vieira recebeu condenação do Tribunal de Contas da União, que determinou que o ex-prefeito devolva o dinheiro referente ao valor apontado como desvio. O procurador pede também a condenação do ex-gestor; se condenado, ele pode pegar até dois anos de prisão e fica impedido de exercer cargo ou função pública.


Histórico
Argeu foi condenado em primeira instância em abril deste ano a 49 anos de prisão por suspeita de participar do roubo ao Banco Central de Fortaleza, em 2005. Na época, foram roubados R$ 164 milhões, a maior quantia já roubada no Brasil. Argeu responde em liberdade por causa de uma liminar concedida pelo Superior Tribunal de Justiça. A defesa do ex-prefeito recorreu da sentença. Em maio deste ano, a Justiça ordenou o leilão de uma fazenda de propriedade de Antônio Argeu, avaliada em cerca de R$ 1 milhão, como parte do ressarcimento do valor subtraído no roubo ao Banco Central.



Alccy Marthins