domingo, 24 de maio de 2020

BRAZIL: A JAIR BOLSONARO AND THE EX SERGIO MORO


BRAZIL: A JAIR BOLSONARO AND THE EX SERGIO MORO


 Presidente Jair Bolsonaro e então ministro Sergio Moro no Palácio do Planalto, em Brasília - Adriano Machado
President of the Brazil and Sergio Moro in Planalto Place
Image by Adriano Machado (UOL)


Sergio Moro left the government shooting not for republican reasons, but because he was betrayed. He accepted to be Bolsonaro's minister because he saw himself as bigger than the president - and in fact he was, in popularity and acceptance among the middle class, who kept himself minimally away from psychopathy. Moro, with the idea of ​​a vacancy in the STF and the guarantee of independence in the ministry, took the whole group from Curitiba.

It was short-lived and collected defeats. His main project, the dangerous 'anti-crime package', was severed, with the approval of Bolsonaro, who sanctioned the post of judge of guarantees - under public protests by Moro - and took Coaf, where Moro and his attorneys used to have a friend for illegal spying on other people's accounts. He wanted his government, parallel; Bolsonaro paid with what is expected: treason.

In testimony to the Federal Police, the ex-hero spent eight hours in the building and ordered pizza. It generated expectation of a winning sentence, said that a video would confirm everything. The press cooked expectations. And the video doesn't confirm much. In fact, the sequence of phrases spoken by Bolosnaro during the meeting takes him off the ropes for the time being. We know that Jair did want to control the PF in Rio to protect his son Flávio, but that is not at all given in the video shocked by Celso de Mello until yesterday.

Moro's promises were further rekindled by the press-friendly portion. Moro speaks, publish yourself. It’s like that, you know. But the mountain gave birth to a rat. In fact, while publicly slapping his former minister, Bolsonaro uses the episode to reenergize the base. Aside from the usual scandalous phrases - who cares if he swears? - the video is gold to voters who have not yet abandoned the gang. It has demagogic defense of the people, it has bad words (of course), it has arms, it attacks the press and mayors and governors, it has a lie about freedom of expression.

There is a lot more. It is the complete plot of the extremist plan to destroy what remains of the country. We shout in the living room, send indignant audios to our friends, but we lose track of how a piece of positive propaganda is actually created within the radicalism of the flat earth. They have already made carnivals in much more adverse conditions. The video is already being used on the networks, with obvious success.

Or: what do you think of phrases like that?


“And what made me, at that moment, get on board was the fight for… for freedom. I don't want to be a slave in this country. And end this crap that is Brasilia. This is a cancer of corruption, of privilege. ”

- It was said by Abraham Weintraub.

How about this one?

“They are people here in Brasília, of the three branches, who do not know what a people is.
I talk to some, I don't know what beans and rice are, I don't know what a supermarket is.
You forgot. ”

- It was said by Jair Bolsonaro.

And this one?

“Our rubber tappers are in greater numbers than we imagine in Brazil. So, everything we
went to build, we will have to see, Minister, the issue of values ​​too. The question, our
quilombos are growing and the ... and the boys are being born in the quilombos and their
values ​​are there. So, everything will have to see the issue of values. ”

- It was said by Damares Alves.

The clips are already being spread over the internet, showing that even behind closed doors “the government is with the people”. It's fake, but it works. Sergio Moro did a favor to bolsonarismo.  Anyone who thinks the ex-judge is a strategist genius needs to rethink everything.

I do not write this to reduce the importance of what was watched by Brazil late yesterday afternoon. Institutionally, this video would overthrow any president. Dilma fell for less, Collor fell for less. Bolsonaro even confessed to a kind of parallel investigation apparatus. Is a gang bugging people illegally? This is serious.

He also said that he wants to arm the civilian population for a war against other powers. It is delinquency, and it is very serious. But everything depends on the Brazilian institutions, which are dead with no date to resurrect.

We would not need this video to remove the government. There are plenty of reasons without  needing this squalid and overestimated denunciation of the resentful and waning Moro. The championship goes on, and the video can, of course, be an important piece in the dismantling of that horror - a horror that Moro was part of while it suited him, remember.

But yesterday's game was 7x1 for Jair. The images now spread across the zap are gasoline for Bolsonarism. Not even when I could help lava-jetting, was it useful for anything.




By

The Intercept Brazil
Leandro Demori
Alccy Marthins


quarta-feira, 19 de junho de 2019

LAVA JATO FINGIU INVESTIGAR FHC SOB ORIENTAÇÃO MELINDRA DE SERGIO MORO


LAVA JATO FINGIU INVESTIGAR FHC SOB ORIENTAÇÃO MELINDRA DE  SERGIO MORO
Um trecho do chat privado entre Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol revela que o ex-juiz discordou de investigações sobre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na Lava Jato porque, nas palavras dele, não queria “melindrar alguém cujo apoio é importante”. O diálogo ocorreu em 13 de abril de 2017, um dia depois do Jornal Nacional ter veiculado uma reportagema respeito de suspeitas contra o tucano.

FHC diz que foi um erro Moro aceitar ser ministro - Notícias VIP
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e Sergio Moro
Foto: TV Globo
Naquele dia, Moro chamou Deltan Dallagnol em um chat privado no Telegram para falar sobre o assunto. O juiz dos processos da Lava Jato em Curitiba queria saber se as suspeitas contra o ex-presidente eram “sérias”. O procurador respondeu acreditar que a força-tarefa – por meio de seu braço em Brasília – propositalmente não considerou a prescrição do caso de FHC e o enviou ao Ministério Público Federal de São Paulo, segundo ele, “talvez para [o MPF] passar recado de imparcialidade”.
À época, a Lava Jato vinha sofrendo uma série de ataques, sobretudo de petistas e outros grupos de esquerda, que a acusavam de ser seletiva e de poupar políticos do PSDB. As discussões haviam sido inflamadas meses antes, quando o então juiz Moro aparecera sorrindo em um evento público ao lado de Aécio Neves e Michel Temer, apesar das acusações pendentes de corrupção contra ambos.

Moro – 09:07:39 – Tem alguma coisa mesmo seria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco?
Moro – 09:08:18 – Caixa 2 de 96?
Dallagnol – 10:50:42 – Em pp sim, o que tem é mto fraco
Moro – 11:35:19 – Não estaria mais do que prescrito?
Dallagnol – 13:26:42 – Foi enviado pra SP sem se analisar prescrição
Dallagnol – 13:27:27 – Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade
Moro – 13:52:51 – Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante
FHC foi citado na Lava Jato pelo menos nove vezes (1234 e 5678 e 9). Caso fossem investigados e comprovados, nem todos os possíveis crimes cometidos pelo ex-presidente estariam prescritos.

Naquele dia, antes de responder a Moro, Dallagnol encaminhou a dúvida do juiz para um chat em grupo chamado Conexão Bsb-CWB, no qual estavam procuradores das duas cidades. Foi de Brasília, onde o caso tramitava, que ele recebeu a resposta de que a documentação foi encaminhada a São Paulo sem a análise sobre a prescrição.

Dallagnol – 11:42:54 – Caros o fato do FHC é só caixa 2 de 96? Não tá prescrito? Teve inquérito? Sérgio Bruno Cabral Fernandes – 11:51:25 – Mandado pra SP
Sérgio Bruno Cabral Fernandes –11:51:44 – Não analisamos prescrição
Dallagnol – 13:26:11 – 👍👍😉
A acusação que Dallagnol classificou como "recado de imparcialidade" já era de conhecimento interno do Ministério Público desde o final de 2016, graças à delação de Emílio Odebrecht, que afirmou que deu "ajuda de campanha" a FHC para as eleições vitoriosas de 1994 e 1998. “Ajuda de campanha eu sempre dei a todos eles. E a ele também dei. E com certeza teve a ajuda de caixa oficial e não oficial", afirmou o empresário, falando sobre caixa dois. "[E]u dava e dizia que era para atender mesmo. Então vai fulano de tal lhe procurar, como eu dizia também para Marcelo, e eles então operacionalizavam. Ele me pediu. Todos eles.” O valor dos pagamentos não foi divulgado.
O depoimento permaneceu em segredo de justiça até abril de 2017, quando foi enviado para ser investigado pela Procuradoria da República de São Paulo e virou notícia. Mas já nasceu morto: os fatos estavam prescritos, e a investigação não poderia terminar em uma denúncia formal. Foi arquivada pela Justiça três meses depois.
Essas revelações sugerem mais uma vez a parcialidade na Lava Jato, que tanto Moro quanto a força-tarefa negam veementemente. Na nota oficial divulgada pela força-tarefa em resposta à primeira série de reportagens do Intercept no último domingo, por exemplo, eles insistiram que seu trabalho sempre foi movido pela “imparcialidade da atuação da Justiça”. Em entrevista ao Estadão na semana passada, o ministro Moro disse que não via "[n]enhum viés político nas mensagens que me foram atribuídas."
Mas, aqui, Moro estava explicitamente preocupado com investigações da Lava Jato contra um apoiador político de seu trabalho. E Dallagnol admitiu acreditar que outros procuradores da força-tarefa passaram adiante uma investigação que sabidamente não resultaria em processo, a fim de fabricar uma falsa percepção pública de "imparcialidade", sem, no entanto, colocar FHC em risco.
As conversas agora reveladas fazem parte de um lote de arquivos secretosenviados ao Intercept por uma fonte anônima (leia nosso editorial e entenda). Os arquivos publicados até agora mostram, entre outras coisas, que a Lava Jato sempre teve muita preocupação com sua imagem pública, e seguia conselhos informais do então juiz Moro, o que é ilegal.

'Porra bomba isso'

Para os procuradores, era importante incluir o PSDB no rol de investigados para acalmar o ânimo dos críticos. Eles já falavam sobre isso muito antes de Moro alertar Dallagnol sobre evitar “melindrar” FHC.
Em uma conversa no dia 17 de novembro de 2015, o procurador Roberson Pozzobon mandou uma sugestão em um grupo do Telegram chamado FT MPF Curitiba 2: investigar, num mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos de Lula e FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse vies partidário”, justificou Pozzobon. “A da LILS [empresa que agencia as palestras de Lula] vocês já sabem os indícios para a investigação, mas vejam essa fratura expostas da Fundação iFHC”, disse ao grupo. Nesse caso – diferentemente daquele que virou notícia na imprensa sobre caixa 2 nos anos 1990 –, os pagamentos ao iFHC aos quais Pozzobon se referia não estariam prescritos, caso fossem propina.
Depois de comentar sobre o instituto de FHC, Pozzobon postou duas imagens no grupo.
A primeira é uma troca de e-mails de 2014 entre a secretária de FHC e dois interlocutores: um representante da Associação Petroquímica e Química da Argentina, a Apla, identificado como Manuel Diaz, e um empresário do ramo cultural, Pedro Longhi. A secretária fala para verificarem com a Braskem – empresa do ramo petroquímico controlada pela Odebrecht – qual a "melhor maneira para [a empresa] fazer a doação [para o iFHC]".
A secretária dá duas opções para o que ela chama de "doação". Uma delas seria fazer uma doação direta, ou seja, depositar dinheiro na conta bancária do instituto. A outra seria a contratação de um serviço não especificado. “Não podemos citar que a prestação de serviço será uma palestra do presidente”, afirmou. Manuel respondeu que poderia fazer ser doação direta. Poucos dias depois, Helena Gasparian, então assessora de FHC, enviou outro e-mail à Braskem dizendo que o ex-presidente não iria comparecer ao evento.
A segunda imagem encaminhada por Pozzobon era de um laudo da Polícia Federal daquele mesmo ano, que mostrava que a Odebrecht havia feito pagamentos mensais que somaram R$ 975 mil ao iFHC entre dezembro de 2011 e de 2012.
Os policiais federais que fizeram o relatório explicaram que não foram atrás desses pagamentos ao iFHC porque os dados da Braskem não foram colocados à disposição deles. Mas ressaltaram: "É possível que outros pagamentos tenham sido feitos e não tenham sido encontrados" por causa das limitações dos dados ou caso tenham sido feitos por "meio de triangulação entre Grupo Odebrecht, o contratante do serviço (exemplo do evento APLA) e o Instituto Fernando Henrique Cardoso".
Após enviar as imagens, Pozzobon sugeriu ao grupo aprofundar a investigação sobre as doações. Ao contrário da investigação referente aos recursos recebidos nos anos 90, esses fatos, se investigados, não estariam prescritos e poderiam apontar caixa 2 em campanhas do PSDB. Os procuradores reagiram com empolgação:
Paulo Galvão – 20:35:08 – porra bomba isso
Roberson – 20:35:20 – MPF Pois é!!!
Roberson – 20:35:39 – O que acha da ideia do PIC?
Roberson – 20:35:47 – Vai ser massa!
Paulo Galvão – 20:35:51 – Acho excelente sim Robinho
Roberson – 20:36:47 – Legal! Se os demais tb estiverem de acordo, faço a portaria amanha cedo
Roberson – 20:38:08 – Acho que vale até uma BA na Secretaria da iFHC que mandou o email. Ela é secretária da Presidencia!
Laura Tessler – 20:38:36 – Sensacional esse email!!!!
Roberson – 20:38:48 – Mais, talvez pudessemos cumprir BA nos três concomitantemente: LILS, Instituto Lula e iFHC
A euforia durou pouco, e os procuradores começaram a ponderar que o caso teria chance de ser enquadrado apenas como crime tributário – e que os argumentos de defesa de FHC poderiam também ser usados por Lula. O argumento: Lula também poderia alegar que os pagamentos feitos ao Instituto Lula e à LILS, sua empresa de palestras, não escondiam propinas ou caixa dois.
Diogo – 21:44:28 – Mas será q não será argumento pra defesa da lils dizendo q eh a prova q não era corrupção?
Welter – 21:51:24 – 149967.ogg
Roberson – 22:07:24 – Pensei nisso tb. Temos que ter um bom indício de corrupção do fhc/psdb antes
Dallagnol – 22:14:24 – Claro
Dallagnol – 22:18:00 – Será pior fazer PIC, BA e depois denunciar só PT por não haver prova. Doação sem vinculação a contrato, para influência futura, é aquilo em Que consiste TODA doação eleitoral
Quase um ano e meio depois dessa conversa, o fim do sigilo da delação de Marcelo Odebrecht, filho de Emílio, mostraria que o esquema de remessa de dinheiro aos institutos de FHC e de Lula tinha um modus operandi semelhante. A Fundação FHC – ex iFHC – disse ao Intercept que os valores recebidos foram regularmente contabilizados e que "não tem conhecimento de qualquer investigação ou denúncia do MPF tendo por base as doações feitas pela Odebrecht".
'Dará mais argumentos pela imparcialidade'

No ano seguinte às conversas do procuradores, em 2016, FHC ainda apareceria em outras três delações (123). Em uma delas, ele apareceu na boca do operador ligado ao MDB Fernando Baiano, por causa do suposto beneficiamento da empresa de um filho do ex-presidente, Paulo Henrique Cardoso, em contratos com a petroleira. Em junho, o caso do filho de FHC foi mencionado no chat FT MPF Curitiba 3. A preocupação dos procuradores era, novamente, criar a percepção pública de imparcialidade da Lava Jato: 
Dallagnol – 09:54:59 – Viram do filho do FHC?
Dallagnol – 09:55:01 –  http://pgr.clipclipping.com.br/impresso/ler/noticia/6092614/cliente/19
Dallagnol – 09:56:20 – Creio que vale apurar com o argumento de que pode ter recebido benefícios mais recentemente, inclusive com outros contratos ... Dará mais argumentos pela imparcialidade... Esses termos já chegaram, Paulo? Esse já tem grupo?
Paulo Galvão – 10:00:38 – Chegaram vários do Cervero, mas não sei se esse especificamente desceu
Paulo Galvão – 10:00:59 – Nos temos de qq forma todos os depoimentos na pasta
Dallagnol – 10:24:20 – Algum grupo se voluntaria? Eu acho o caso bacanissimo, pelo valor histórico. E recebendo naquela época pode ter lavagem mais recente pela conversão de ativos ou outro método como compra subfaturada de imóvel o que é mto comum.... Seria algo para analisar
Paulo Galvão – 10:26:33 – Deixa ver antes se desceu. Pode ter sido mandado p outro lugar, como os que foram p o rio (e isso é um dos temas q eu quero tratar na reunião)
Três dias depois, no mesmo grupo, o assunto voltou a ser discutido.
Paulo Galvão – 11:42:39 – Mas vejo que, sobre o filho do FHC, é um termo que ficou no STF por conta do Delcídio e teria vindo para cá por cópia. É o mesmo termo que trata da GE, lembrando que a GE protocolou petição querendo colaborar e está fazendo investigação interna
Dallagnol – 12:04:38 – se veio pra cá, é nosso
Dallagnol – 12:04:40 – se veio pra cá com cópia, é nosso
Dallagnol – 12:04:46 – se pensaram em mandar pra cá, é nosso tb
Nós perguntamos ao Ministério Público Federal do Paraná, sede da força-tarefa da Lava Jato, quais são os ex-presidentes investigados e em que fase está cada um dos procedimentos. Também questionamos quais fatos envolvendo os ex-presidentes foram mandados para outros órgãos. Eles não responderam aos questionamentos e se limitaram a enviar as notas já divulgadas pela instituição, que dizem que não há ilegalidade nas trocas de mensagens reveladas pelo Intercept.
Em uma conversa com os procuradores Paulo Galvão e Carlos Fernando Santos Lima, em 20 de maio do ano passado, no entanto, Deltan Dallagnol relembrou quais foram os ex-presidentes investigados pela operação. Dilma Rousseff e FHC são os únicos que ficam de fora:
Dallagnol – 01:46:42 – CF, só tem 2 (ex) presidentes presos: Lula e Humala no peru
Dallagnol – 01:48:12 – Opa o Jorge Glas no equador tb
Dallagnol – 01:48:38 – No BR, vou considerar como investigados Temer, Collor, Sarey e Lula
Dallagnol – 01:49:07 – (excluindo Dilma e FHC - não lembro de investigações sobre eles fora o que tá bem sigiloso da dilma, sem conclusão)
 
Antes da publicação desta reportagem, o Intercept procurou as assessorias do ministro Sergio Moro, do MPF no Paraná e em São Paulo, da Procuradoria Geral da República e da Fundação Fernando Henrique Cardoso, antigo iFHC.
A PGR disse que não vai se manifestar.
A assessoria de Moro respondeu que ele "não comenta supostas mensagens de autoridades públicas colhidas por meio de invasão criminosa, que podem ter sido adulteradas e editadas e que sequer foram encaminhadas previamente para análise. Cabe esclarecer que o caso supostamente envolvendo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso nunca passou pelas mãos do Ministro, então juiz da 13 Vara Federal de Curitiba, sendo encaminhado diretamente pelo  Supremo Tribunal Federal a outros fóruns de justiça. Então, nenhuma interferência do então juiz seria sequer possível e nenhuma foi de fato feita". 
Já o MPF do Paraná, em um segundo contato, afirmou que "a divulgação de supostos diálogos obtidos por meio absolutamente ilícito, agravada por um contexto de sequestro de contas virtuais, torna impossível aferir se houve edições, alterações, acréscimos ou supressões no material alegadamente obtido.” Para o MPF, os diálogos inteiros podem ter sido “forjados pelo hacker”. Eles disseram também que “um hackeamento ilegal traz consigo dúvidas inafastáveis quanto à sua autenticidade, o que inevitavelmente também dará azo à divulgação de fake news”, dizendo que há uma “uma agenda político-partidária” nas reportagens. 
Intercept reafirma que as reportagens da série são publicadas assim que produzidas, editadas e checadas dentro de princípios editoriais rigorosos, e que o material é autêntico. 
Na época em que foi citado na delação de Emílio Odebrecht, Fernando Henrique Cardoso disse que não tinha "nada a temer" e defendeu a operação Lava Jato. "O Brasil precisa de transparência. A Lava Jato está colaborando no sentido de colocar as cartas na mesa", afirmou. Ao Intercept, o ex-presidente disse, por meio de sua assessoria, que não teve conhecimento de nenhum inquérito ou denúncia relacionados à delação de Cerveró. Também afirmou desconhecer as menções sobre seu filho e a compra de votos nas eleições – por isso, "não sabe se teriam resultado em investigação ou denúncia". A única confirmada pelo ex-presidente foi a investigação que terminou arquivada.
Após a divulgação da primeira leva de reportagens sobre as mensagens secretas da Lava Jato, FHC fez uma defesa pública de Moro: “O vazamento de mensagens entre juiz e promotor da Lava-Jato mais parece tempestade em copo d’água. A menos que haja novos vazamentos mais comprometedores...”, disse.

By

The Intercept Brazil
Leandro Demori
Alccy Marthins



segunda-feira, 6 de maio de 2019

BLOQUEIO DE R$ 2,2 BILHÕES AS UNIVERSIDADES FEDERAIS DO BRASIL FEITO PELO GOVERNO BOLSONARO


As universidades federais do país tiveram 2,2 bilhões de reais bloqueados para uso, o que corresponde a 25,3% do que elas tinham de recursos para investimento e custeio de suas instalações e cursos no ano – fora o salário de servidores. Como estão desde 2015 sem correção dos orçamentos pela inflação, as instituições temem não conseguir manter todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão.
“Estamos há anos nos adaptando a orçamentos cada vez menores e mais alunos. Chegamos ao limite”, diz Reinaldo Centoducatte, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal do Espírito Santo. Para se adequar ao novo orçamento, as instituições dizem que vão ter de cortar despesas como energia elétrica e serviços como limpeza e segurança.
Uma das maiores e mais prestigiadas do país, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) teve 39,74% das verbas bloqueadas, o que representa 114 milhões de reais. Além das despesas básicas, a instituição diz que o contingenciamento vai impedir o “desenvolvimento de obras e compra de equipamentos utilizados em instalações como laboratórios e hospitais”.
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde o ministro da Educação, Abraham Weintraub, é professor, diz que o bloqueio de recursos vai forçar a instituição a reduzir custos com água, luz e contratos de manutenção. Em nota, a reitoria disse que vai discutir com a comunidade a situação. O bloqueio de verbas para os institutos federais foi superior ao das universidades, com contingenciamento de 34,5%.
“Antes estávamos enxugando a gordura para reduzir custos. Agora, estamos raspando o osso. Não temos mais como reduzir os gastos sem prejudicar a qualidade do ensino”, disse Luís Claudio Lima, diretor do campus de São Paulo do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).
(Com Estadão Conteúdo)

Alccy Marthins


segunda-feira, 27 de agosto de 2018

URNA ELETRÔNICA: UMA TECNOLOGIA BRASILEIRA A SERVIÇO DA DEMOCRACIA



Resultado de imagem para urna eletrônica 2018


Em 1985 houve a implantação de um cadastro eleitoral informatizado pelo TSE. A urna eletrônica, como se concebe hoje, foi desenvolvida em 1995 e utilizada pela primeira vez nas eleições municipais do ano seguinte.
Para a elaboração do projeto da urna eletrônica, em 1995, o TSE formou uma comissão técnica liderada por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) de São José dos Campos, que definiu uma especificação de requisitos funcionais.
O primeiro nome da urna eletrônica foi coletor eletrônico de votos (CEV). A máquina teve como objetivo identificar as alternativas para a automação do processo de votação e definir as medidas necessárias à sua implementação, a partir das eleições de 1996, em mais de 50 municípios brasileiros.
O equipamento, responsável pela automatização de 100% das eleições, foi então lançado no Brasil em 1996 e hoje serve de modelo para diversos outros países, que vêm testando a capacidade da máquina para implantação em seus processos eleitorais.
Em março de 2009, o TSE recebeu um prêmio na área de tecnologia pela contribuição no desenvolvimento de urnas eletrônicas. A premiação foi resultado de uma parceria entre a Universidade de São Paulo (USP), a George Washington University e a Business Software Aliance (BSA). A BSA é uma entidade que reúne instituições e empresas da área de tecnologia da informação e promove o evento para destacar ideias que sejam inéditas em todo o mundo.

A urna eletrônica é um microcomputador de uso específico para eleições, com as seguintes características: resistente, de pequenas dimensões, leve, com autonomia de energia e com recursos de segurança.
Dois terminais compõem a urna eletrônica: o terminal do mesário, onde o eleitor é identificado e autorizado a votar (em alguns modelos de urna, onde é verificada a sua identidade por meio da biometria), e o terminal do eleitor, onde é registrado numericamente o voto.
O terminal do mesário possui um teclado numérico, onde é digitado o número do título de eleitor, e uma tela de cristal líquido, onde aparece o nome do eleitor, se ele pertence àquela seção eleitoral e se está  apto a votar. Antes da habilitação, nas seções onde há identificação biométrica, o eleitor tem sua identidade validada pela urna. Desta forma, um eleitor não pode votar por outro.
urna eletrônica somente grava a indicação de que o eleitor já votou. Pelo embaralhamento interno e outros mecanismos de segurança, não há nenhuma possibilidade de se verificar em quais candidatos um eleitor votou, em respeito à Constituição Federal brasileira, que determina o sigilo do voto.
Três pequenos sinais visuais (LEDs) auxiliam o mesário, informando-o se o terminal está disponível para o eleitor, se já completou o voto e se a urna eletrônica está funcionando ligada à corrente elétrica ou à bateria interna.
Já o terminal do eleitor possui teclado numérico, usado para registrar o voto, e uma tela de cristal líquido, onde aparecem as mensagens que orientam o eleitor para o registro de seu voto.
Caso ocorra algum problema com a urna eletrônica durante a votação, serão adotados procedimentos de contingência para saná-lo.

Alccy  Marthins

sábado, 6 de agosto de 2016

OLIMPÍADAS 2016 É NO BRASIL: UM SONHO PARA QUEM SABER SONHAR




OLIMPÍADAS 2016 É NO BRASIL


A cerimônia de abertura da Olimpíada no Rio de Janeiro registrou vários e vários elogios nos mais diversos veículos de comunicação no Brasil e ao redor do mundo, dos Estados Unidos à Europa e passando pela América do Sul. Isso confirma que o ex presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva e a então presidente em processo de impeachment Dilma Rousseff estavam certos quando confiaram no Brasil para ser a sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas, somente dois visionários desses poderiam colocar um país da América do como centro do mundo.




Logo oficial



A cerimônia de abertura da Olimpíada no Rio de Janeiro registrou vários e vários elogios nos mais diversos veículos de comunicação no Brasil e ao redor do mundo, dos Estados Unidos à Europa e passando pela América do Sul. Isso confirma que o ex presidente do Brasil Luís Inácio Lula da Silva e a então presidente em processo de impeachment Dilma Rousseff estavam certos quando confiaram no Brasil para ser a sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas, somente dois visionários desses poderiam colocar um país da América do como centro do mundo.




Vídeo Alccy Marthins ( TV Globo)


Não podemos esquecer que esses dois fenômenos políticos brasileiros e o Brasil como um todo merecem nosso total respeito e admiração. "Simples e elegante", relatou o inglês "The Guardian", elogiando a maneira como Paulinho da Viola cantou o hino nacional brasileiro e a reação do público presente no Maracanã. "Uma festa de música, cores e esporte no Rio de Janeiro, à altura da cidade maravilhosa, com ritmo e beleza", colocou o argentino "Clarín".

Ainda no país hermano, o "Olé" fez questão de destacar que a delegação do país foi "uma das mais ovacionadas", o que de fato aconteceu, assim como com a da Alemanha. O norte-americano "New York Times" aproveitou o momento em que Jorge Ben Jor interpretava "País Tropical" e fez o público cantar à capela para dizer:

"Você vê que as fantasias e o cenário não são tão luxuosos como os de outras cerimônias, mas isto realmente não importa quando você tem uma energia como esta."

Também dos Estados Unidos, o Washington Post, que chegou a dizer há alguns dias que esta seria a "Olimpíada da sujeira", destacou que após vários problemas na organização, o "Rio, pelo menos por uma noite, está fazendo o que faz de melhor".




Vídeo Alccy Marthins ( TV Globo)


"Espetacular, espetacular, espetacular", repetiu várias vezes o chileno "La Tercera".

Outro inglês, o "Telegraph" opinou: "É como se alguém tivesse apertado o botão e ligado as pessoas. De repente, tudo é esplêndido." Mais um dos Estados Unidos, o "Boston Globe" afirmou: "Se você estava em dúvida sobre assistir à cerimônia de abertura, vale a pena! Uma apresentação visualmente deslumbrante."

De volta à Europa, o "La Vanguardia", de Barcelona, na Espanha, soltou: "Chega a construção do Brasil contemporâneo com todas as cidades que o formam. Espetacular o efeito visual que se vê neste momento no Maracanã." "40 minutos formidáveis", avaliou o diário espanhol "Sport" quando a cerimônia tinha exatamente este período.


Vanderlei Cordeiro acende a tocha Olímpica 2016



Depois, o mesmo periódico registrou: "O Brasil surpreendeu com uma festa cheia de luz e música, assim como com várias cenas muito marcantes. Teve festa, um pouco de samba e, sobretudo, uma enorme celebração nas arquibancadas."
"O Maracanã foi cenário de um tremendo espetáculo em que não faltou a modelo brasileira Gisele Bündchen", reportou o também espanhol "Marca".
Vale destacar a pergunta do inglês "The Independent": "O Brasil vai conseguir fazer um Carnaval a partir do caos?" O questionamento é sobre se o país vai executar uma grande Olimpíada após todos os problemas que tem vivido na organização. A imprensa internacional confirma como Lula e Dilma foram decisivos para que tudo isso aconteça.



Atletas brasileiros



Enquanto noticiam os eventos relacionados à cerimônia de abertura, as publicações estrangeiras explicam aos seus leitores termos típicos brasileiros, como maracatu e gambiarra. O NYT tenta explicar a ‘gambiarra’, celebrada no evento e descrita pelos organizadores como o “talento brasileiro para transformar quase nada em algo grandioso”. “Acho que eles querem dizer que isso teve um baixo custo e pouca tecnologia, mas tem muita energia, orgulho e emoção”.

Washington Post resumiu em poucas palavras o maracatu: “um amontoado de sons de bateria”. “É a real celebração da rica cultura musical do Brasil”, disse o jornal americano sobre a festa da abertura de cerimônia da Rio-2016. O britânico The Guardian elogiou a apresentação de Daniel Jobim, neto do compositor Tom Jobim, da famosa Garota de Ipanema.

O jornal ressalta que essa é a “segunda música mais tocada na história”, atrás apenas de Yesterday, dos Beatles, mas a cerimônia de abertura “nos lembrou que Garota de Ipanema é 20 MILHÕES DE VEZES MELHOR QUE YESTERDAY”, brinca o Guardian. E não poupa ainda elogios à bela Gisele, “que vem e que passa, num doce balanço a caminho do mar”.

Foto: Vogue

A modelo Gisele Bündchen desfila no estádio do Maracanã em 128m durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016

Mais tudo não é apenas espetáculo, visto que manifestantes protestaram contra o presidente interino Michel Temer e contra a realização dos Jogos Olímpicos nas proximidades do Maracanã, palco da cerimônia de abertura, nesta sexta-feira (5), às 20h. Os manifestantes seguiam pela Avenida Conde do Bonfim em direção à Praça Afonso Penna, na Tijuca, quando foram impedidos de continuar o trajeto pela cavalaria da Polícia Militar.

Os ativistas argumentaram com o comandante da operação, major Márcio Varella, que havia um acordo para que a passeata prosseguisse, mas o oficial informou que a ordem de bloqueio partiu de níveis superiores. O impasse durou cerca de 15 minutos e os manifestantes puderam prosseguir, sempre escoltados por policiais do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos.



Faixa mostrada no protesto

Uma das diversas faixas levantadas no ato dizia, em inglês e em português, "Nós queremos Temer fora e nossos direitos. Não queremos Olimpíada". Outra dizia, em português, "Fora, Temer! Nenhum direito a menos! Contra a calamidade olímpica!" O ato, que ocorreu em frente ao Hotel Copacabana Palace, é organizado pelas frentes Povo Sem Medo, Brasil Popular e Esquerda Socialista, além da Plenária dos Trabalhadores em Luta do Rio e pelo CSP-Conlutas. De acordo com os organizadores, cerca de 30 mil pessoas estão presentes no protesto em Copacabana.

Outra manifestação, realizada no entorno do Maracanã, também alterou o caminho da chama olímpica. Parentes de policiais mortos caminharam em direção ao estádio, entregando flores a PMs que estavam no local. Viúvas fizeram oração e soltaram balões brancos manchados de tinta vermelha, com fotos de policiais mortos.




Alccy Martins