terça-feira, 10 de maio de 2011

DOM RAYMUNDO DAMASCENO NOVO PRESIDENTE DA CNBB

 
Dom Raymundo Damsceno (Foto: Carolina Iskandarian/ G1)

Dom Raymundo Damasceno é o novo presidente
da CNBB
Um dia após ser eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) com 196 votos ante os 75 recebidos pelo segundo colocado, o arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Raymundo Damasceno Assis, disse nesta terça-feira (10) que sua eleição foi uma “surpresa”. O mandato dele tem duração de quatro anos. “Essa época de eleição é sempre uma surpresa. A gente respeita a decisão dos bispos”, afirmou, durante a 49ª Assembleia Geral da CNBB em Aparecida, no Vale do Paraíba, em São Paulo.

Dom Raymundo, que entrega no segundo semestre o cargo de presidente do Conselho Episcopal da América Latina (Celam), atribuiu sua vitória ao fato de ter experiência em cargos importantes – por oito anos foi secretário-geral da CNBB, posto considerado bastante ativo na entidade. “Aceito com humildade”, finalizou o cardeal. Ele negou que sua proximidade com o Vaticano - o papa Bento 16 o nomeou cardeal em novembro do ano passado - tenha interferido na decisão dos bispos que o elegeram. “O santo padre não interfere.”


O novo presidente da CNBB, eleito no segundo escrutínio porque não houve na primeira tentativa os dois terços de votos necessários (182), não quis comentar como será sua ação para os próximos quatro anos. Disse que em outra oportunidade dará uma entrevista com o vice-presidente e o secretário-geral, que também foram eleitos. Com 75 votos, o segundo colocado na votação para a presidência foi dom Odilo Pedro Scherer, cardeal de São Paulo.

A vice-presidência da CNBB fica com dom José Belisário da Silva, arcebispo de São Luís (MA). Na tarde desta terça, dom Leonardo Ulrich Stainer, bispo de São Félix (MT), foi eleito secretário-geral da entidade. Ele recebeu 202 votos dos 268 votantes no primeiro escrutínio realizado pela manhã. Os dois terços requeridos para a eleição eram de 179 votos. O segundo colocado foi o bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Giovani Mol Guimarães com 33 votos.

Preferido
O nome de dom Raymundo esteve entre os mais cotados ao longo dos últimos dias. A eleição para a diretoria da CNBB é um dos temais centrais do encontro anual, que vai até sexta (13). O cardeal de São Paulo, dom Odilo Scherer, segundo colocado na disputa, comentou a vitória do arcebispo de Aparecida. “Ele desempenhará com muita capacidade a missão. É um grande trabalhador.” O bispo emérito de Blumenau (SC) dom Angélico Sândalo não economizou nos elogios a dom Raymundo, considerado como um “irmão”. “Há dois anos eu já o tratava como cardeal. É um bispos altamente preparado.

Ao eleger o dom Raymundo, os bispos foram iluminados”, disse dom Angélico. Ele lembrou que a Arquidiocese de Aparecida, mesmo pequena, é muito importante por abrigar o Santuário Nacional, templo de peregrinação o ano todo no país. Na tarde desta terça, os bispos reunidos em Aparecida também escolheriam os 12 presidentes das comissões pastorais subordinadas à CNBB e o delegado da entidade junto ao Celam. Até as 17h, o resultado não havia sido divulgado.
Alccy Marthins

PRINCESS DIANA: NEM MORTA DESCANÇA

Um documentário que inclui uma foto feita por paparazzi da princesa Diana morrendo depois de sofrer um acidente de carro em Paris em 1997 está suscitando polêmica três dias antes de ser exibido para a mídia e potenciais compradores em Cannes. "Unlawful killing", dirigido pelo ator britânico Keith Allen e patrocinado por Mohamed al-Fayed, cujo filho Dodi morreu com Diana, deve ser exibido no festival de cinema de Cannes na próxima sexta-feira (13).

Um porta-voz dos patrocinadores do filme buscou minimizar a importância da imagem controversa que será mostrada, depois de uma amiga da princesa Diana ter expressado espanto diante do filme.
"A foto já foi publicada integralmente antes em muitas partes do mundo", disse o porta-voz em e-mail. "Compramos a imagem de uma revista italiana, que já a tinha publicado na íntegra. Ela também está amplamente disponível na Internet. Foi apenas na Grã-Bretanha que a imprensa optou por cobrir o rosto de Diana com uma tarja preta".

"Nosso filme não será exibido no Reino Unido, e o trailer só pode ser visto no site oficial do filme. Logo, não estamos divulgando nada que o resto do mundo já não tenha visto em outros lugares". Mas amigos da princesa, cuja morte marcou o ponto mais baixo da popularidade da monarquia britânica com o público, reagiram com indignação. "Se isto for verdade, é absolutamente repulsivo", disse Rosa Monckton, que passou férias com Diana poucas semanas antes da morte da princesa.

"O fato de pessoas estarem tentando ganhar dinheiro com sua morte - que é só o que estão fazendo agora - é, francamente ... não tenho palavras para expressar", disse Monckton ao jornal britânico Daily Mail nesta terça-feira (10). O filme procura provar que o inquérito realizado em 2007/08 para averiguar as causas da morte de Diana foi um acobertamento dos fatos por parte do "establishment" e de "forças ocultas", segundo declaração dos criadores.

Fayed alega há muito tempo que Dodi e Diana foram mortos por ordem do marido da rainha Elizabeth, príncipe Philip. Ele acredita que a família real não suportava a ideia de ver Diana casar-se com um muçulmano. Investigações de grande dimensões realizadas pelas polícias francesa e britânica concluíram que as mortes foram resultado de um acidente trágico causado pelo motorista do carro, que dirigia em alta velocidade e estava embriagado. Ambas rejeitaram as teorias conspiratórias de Fayed.
Allen disse em comunicado: "Exibir este filme para a mídia mundial em Cannes será emocionante e assustador para mim." Ele disse que assistiu ao inquérito 'clandestinamente' e descreveu a experiência como "aterradora". "Não se trata de uma conspiração antes do acidente, mas de um provável acobertamento depois do acidente", acrescentou. "Em suma, o filme é o inquérito sobre o inquérito".
Um porta-voz de Fayed disse ao Daily Mail: "Ele (Fayed) não tinha conhecimento de que qualquer foto feita de qualquer ocupante do carro faria parte do filme. Ele está horrorizado com isso e tomará as medidas necessárias para assegurar que a foto não faça parte do filme".

Alccy Marthins