sábado, 5 de julho de 2014

COMO FICARÁ O BRASIL DEPOIS DA COPA?


Mundial-2014-Brasil-1.svg




Os protestos têm como principal foco o abuso do gasto de dinheiro público, como com o estádio Itaquerão, onde o valor inicial de 820 milhões de reais passou para 1,2 bilhões de reais, e obras públicas em hospitais e escolas não tiveram o mesmo investimento. À medida que a Copa do Mundo vai se aproximando, crescem os protestos e manifestações nas ruas do Brasil. Os movimentos contra a realização do Mundial no país, que no ano passado levaram milhares a se manifestarem durante a Copa das Confederações, segue ganhando adeptos também na internet. Há pouco mais de um mês, a página Movimento Anti-Copa de Decoração de Ruas foi criada no Facebook e hoje tem mais de 15 mil curtidas.

Os protestos, em sua maioria organizados por redes sociais, tiveram inicio em diversos locais nas capitais federais e partiram de diversas células da sociedade. Professores, sem tetos, índios e autônomos se engajaram para protestar contra a copa do mundo. No dia 26 de maio de 2014, as manifestações se aproximaram pela primeira vez da delegação da Seleção Brasileira de Futebol em Brasília, onde manifestantes colaram adesivos escritos Não vai tercopa no ônibus oficial da seleção que se dirigia para Petrópolis. . - Pode acreditar, educador vale mais do que o Neymar gritavam os manifestantes. O veículo teve de pegar uma rota alternativa para fugir do bloqueio dos manifestantes. Houve uma correria, mas sem registro de algum grande incidente.


Um painel gigante com grafites feitos em alusão a copa do mundo de propriedade do Metrõ de São Paulo, próximo ao estádio Itaquerão, foi pixado no dia 6 de junho Apesar de membros do governo, como o ministro do esporte, Aldo Rebelo, alegarem que as manifestações de 2013 não iriam durar até a Copa do Mundo, os protestos ocorreram em diversas cidades-sedes do torneio. Esse cenário já era previsto pelas forças de segurança do mundial, sendo que este foi um dos maiores focos de treinamento e investimento. 


As manifestações populares tiveram uma dimensão muito menor em relação aos protestos de junho de 2013, mas houve conflitos com as forças policiais em quase todas as cidades-sede, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza. Não houve confrontos em Salvador ManausNa capital paulista, a cidade-sede do jogo inaugural do campeonato, houve uma forte e violenta repressão contra os manifestantes por parte da Polícia Militar. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu investigar essas ilegalidades. As manifestações ganharam repercussão na mídia internacional, como na BBC e na CNN.


Na primeira semana do da Copa, houve mais de 20 protestos e 180 detidos, boa parte terminando com ação policial. Em Porto Alegre, no dia 23 de Junho de 2014, entre cerca de 100 e 200 manisfestante aglomeram-se no Camelódromo e de lá tomando a Avenida Borges de Medeiros, apesar do número baixo de manisfestantes, o reforço policial chamou a atenção no protesto desta segunda-feira, foram pouco mais de cem manifestantes, segundo contagem de repórteres, e mil policiais militares (PMs), conforme a Brigada Militar. Os protestos começaram meio-dia, e teve início próximo das 14h. O grupo, sempre entoando cânticos contra a Copa. Sem muitas opções de trajeto, o bloco seguiu até o bairro Cidade Baixa, encerrando a manifestação sem conflitos com a polícia ou depredações. Apenas um manifestante foi preso por esvaziar os pneus de uma viatura.


Ainda no dia 23 de Junho, em São Paulo, cerca de 200 manifestantes reuniram-se na Avenida Paulista (ponto tradicional de protestos) Durante os protestos, um homem não identificado atirou para o alto durante prisão de jovem. Denominado 11º ato contra a Copa em São Paulo, ao menos três pessoas foram presas no ato, entre elas o manifestante Rafael Marques Lusvarghi, de 29 anos que, em protesto em 12 de julho, recebeu um jato de spray de pimenta nos olhos. Argumentado a PM paulista através do tenente coronel José Eduardo Bexiga, comandante da operação, disse que não sabia sobre os disparos e que tampouco havia sido informado sobre os disparos efetuados por um suposto policial civil. "Pergunta para a Polícia Civil", limitou-se a responder, aos ser questionado sobre o incidente.


As preocupações de segurança para o torneio aumentaram desde que massivos protestos ocorreram durante a Copa das Confederações FIFA de 2013.
Protesto contra a Copa do Mundo no Rio de Janeiro.
Em junho de 2013, irromperam no país inúmeras manifestações populares, quando centenas de milhares de pessoas saíram às ruas para contestar os aumentos nas tarifas de transporte público e a truculência das policiais militares estaduais. Os manifestantes também citaram a quantidade de dinheiro público que está sendo investido pelo governo brasileiro na realização da Copa do Mundo, em detrimento dos serviços sociais públicos, que são considerados de má qualidade pela população.



A quatro semanas do início da Copa, movimentos sociais como a Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram às ruas de grandes cidades do Brasil em 15 de maio de 2014, no intitulado Dia Internacional de Lutas contra a Copa. Em São Paulo, importantes vias foram interrompidas, inclusive ao lado da Arena Corinthians. No primeiro dia da Copa do Mundo, houve manifestações contra o evento em diversas cidades-sede. Em São Paulo, a cidade-sede do jogo inaugural do campeonato, houve uma forte e violenta repressão contra os manifestantes por parte da Polícia Militar. 


O governador Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu investigar essas ilegalidades. Durante a cerimônia de abertura do torneio, na Arena Corinthians, na capital paulista, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada e hostilizada por parte dos presentes no estádio. Em resposta às ofensas proferidas contra ela na arena, Rousseff afirmou: "Eu quero lembrar que [na minha vida] enfrentei situações do mais alto grau de dificuldade. Situações que chegaram ao limite físico. [...] Suportei agressões físicas, quero dizer pra vocês, quase insuportáveis. E nada me tirou do meu rumo. Nada me tirou dos meus compromissos nem do caminho que tracei pra mim mesma. Não serão xingamentos que vão me intimidar e atemorizar. Eu não vou me abater por isso.


A FIFA distribuirá um valor total de 576 milhões dólares (cerca de 1,3 bilhão de reais, cotados em cinco de dezembro de 2013) como premiação da Copa. Este valor representa um aumento de 37% em relação a Copa do Mundo de 2010, que era de 420 milhões de dólares. Os valores serão distribuídos em:
  • 48 milhões de dólares para a preparação das seleções para a Copa (1,5 milhão de dólares para cada equipe);
  • 358 milhões de dólares em premiações, conforme colocação;
  • 70 milhões de dólares para os clubes detentores dos passes dos jogadores participantes do torneio, sendo 20 milhões destinados como legado ao futebol brasileiro;
  • 100 milhões de dólares para a criação de um novo fundo de proteção aos clubes, que garantirá o seguro dos jogadores não apenas na Copa do Mundo, mas também durante todo o calendário do futebol internacional.
Com relação a premiação, todas as seleções serão contempladas independente da colocação, porém dividida em:
  • 35 milhões de dólares para o vencedor (1 equipe);
  • 25 milhões de dólares para o vice colocado (1 equipe);
  • 22 milhões de dólares para o terceiro colocado (1 equipe);
  • 20 milhões de dólares para o quarto colocado (1 equipe);
  • 14 milhões de dólares para cada equipe eliminada nas quartas-de-final (4 equipes);
  • 9 milhões de dólares para cada equipe eliminada nas oitavas-de-final (8 equipes);
  • 8 milhões de dólares para cada equipe eliminada na fase de grupos (16 equipes);


Uma pergunta com o valor dessa premiação o Brasil daria um salto muito grande em todas as áreas. Por que não lotamos também os estádios da vida para buscar novas saídas para o Brasil? 



segunda-feira, 21 de abril de 2014

POPULAÇÃO BRASILEIRA DIMINUI 21% DE 2000 A 2013


Das 5.570 cidades do Brasil, 1.178 viram suas populações encolherem entre 2000 e 2013, segundo levantamento feito pelo G1 com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa 21,1% do total, sendo que a maioria dos municípios (98,8%) tem menos de 50 mil habitantes.

Do total, 63 cidades cujos dados não constam no Censo Demográfico de 2000 não foram consideradas, pois suas fundações ocorreram após esse ano ou pouco tempo antes. O município que mais perdeu proporcionalmente a população foi Maetinga, na Bahia, que fica a 609 quilômetros de Salvador. No censo de 2000, a cidade, que foi criada em 1985, aparece com 13,7 mil pessoas. Já em 2013, o número caiu para 5,9 mil - queda de 56,4%.

Maetinga é seguida por Brejo de Areia, no Maranhão (55,9%), Severiano Melo, no Rio Grande do Norte (55,8%) e Itaúba, no Mato Grosso (50,5%). Com exceção de Severino Melo, as cidades foram fundadas entre as décadas de 80 e 90.A cidade de Cumaru, em Pernambuco, também apresenta um alto índice de queda segundo os dados do IBGE (48,2%). A população teria passado de 28.607 em 2000 para 14.815 em 2013.

Entretanto, para evitar a diminuição do repasse do Fundo de Participação Municipal (FPM), que cairia com a queda da população, o prefeito Eduardo Gonçalves Tabosa Júnior (PSD) contestou judicialmente o número do instituto, que foi derrubado através de uma liminar. Por esse documento, passou a valer a contagem de 2012, que indica 17.470 habitantes.

Cidades que encolheram por estado (Foto: Editoria de Arte/G1)





































Taxa de fecundidade e migração


De acordo com Alisson Barbieri, professor do Departamento de Demografia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o alto percentual de cidades que encolheram pode ser explicado pela combinação de dois fatores: a redução da fecundidade no país e os processos migratórios internos. Segundo dados do Censo Demográfico de 2010 divulgados em 2012 pelo IBGE, a taxa de fecundidade brasileira caiu de 6,16 filhos por casal em 1940 para 1,9 entre 2000 e 2010. Para a população continuar crescendo, o nível mínimo é de 2,1. Por isso, o ritmo de aumento da população no país passou de 3% ao ano na década de 50 para 1,17% na última década.



No país, apenas a região Norte está acima da média da taxa - 2,47. As mais baixas são a Sudeste (1,7) e a Sul (1,78), cujos estados se destacam com altas proporções de municípios que encolheram: Rio Grande do Sul (42,5%), Paraná (36,6%) e Santa Catarina (27,5%).

Ao mesmo tempo, as cidades pequenas ainda sofrem com o abandono de pessoas que buscam melhores condições de vida em outras cidades maiores. "Isso está ligado ao fato de que muitos municípios são criados no país sem qualquer estrutura econômica, então a sustentabilidade deles é questionável. [A queda de população] é uma consequência previsível", diz Barbieri.

Além disso, a migração causa um ciclo negativo. "Como tendem a perder suas populações ativas, esses municípios ficam com a estrutura etária envelhecida, o que requer estrutura médica melhor, entre outras coisas. Isso compromete ainda mais a sustentabilidade dessas cidades." O que fazer para contornar o problema "é uma grande questão", segundo o professor. "Tem que pensar em programas de descentralização econômica regional, algum tipo de estratégia para dinamizar os municípios", afirma Barbieri. 
Inchaço populacional


Na outra ponta, 4.329 cidades brasileiras cresceram entre 2000 e 2013 - 77,7%. Do total, 283 (6,5%) cresceram mais que 50%. O destaque é Balbinos, no interior de São Paulo, cuja população passou de 1,3 mil em 2000 para 4,4 mil em 2013 - elevação de 237,6%. 



Balbinos tem duas penitenciárias masculinos  (Foto: Alan Schneider/G1)
Instalação de penitenciárias aumentou a população de Balbinos 
(Foto: Alan Schneider/G1)








O principal motivo do crescimento de Balbinos foi a instalação de duas penitenciárias masculinas em 2006. Por isso, dos 4,4 mil moradores da cidade, 3,2 mil são presos. Outras três cidades tiveram mais que 200% de aumento: Rio das Ostras, no Rio de Janeiro (235,5%), Pedra Branca do Amapari, no Amapá (220%), e São Félix do Xingu, no Pará (208,9%). A maioria das cidades, porém, aumentou entre 0 e 20%. Foram 2.779 municípios, o que representa 63,2% do total.

Apesar do aumento generalizado, a expectativa é que o crescimento de população brasileira siga em ritmo de queda. "Entre 2030 e 2040, a tendência é que a população se estabilize e entre eventualmente em uma rota de declínio por causa da queda da fecundidade", diz Barbieri. "Claro que a questão migratória pode entrar aí como elemento de desequilíbrio, já que, se algum município começar a atrair muitas pessoas, reverte a tendência.".



terça-feira, 11 de março de 2014

PMDB PROVOCA O GOVERNO DE DILMA ROUSSEFF




Deputados no plenário durante a sessão que aprovou a criação de comissão externa para aprovar irregularidades na Petrobras (Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara)Deputados no plenário durante a sessão que aprovou a criação de comissão 
externa para apurar irregularidades na Petrobras 
(Foto: Gustavo Lima / Agência Câmara)
 
Em meio à crise entre o governo federal e a base aliada no Congresso, a maioria dos integrantes do chamado "Blocão" impôs nesta terça-feira (11) a primeira derrota ao Palácio do Planalto no Legislativo ao aprovar a criação de uma comissão externa de deputados para investigar denúncias de propina na Petrobras.


A comissão externa não é acusatória, é investigatória. Essa comissão é apenas para investigar. O bem da Petrobras é o que todos nós queremos, e esta Casa cumpriu seu dever." Deputado Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara. O texto recebeu 267 votos a favor, 28 contrários e 15 abstenções. De acordo com o requerimento, apresentado por DEM e PSDB, um grupo de parlamentares irá à Holanda para acompanhar as investigações sobre suposto pagamento de propina a funcionários da estatal pela empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas flutuantes a companhias petrolíferas. 
 
 
O texto aprovado pelos deputados contraria o governo, que alega que a investigação pode prejudicar a imagem da estatal do petróleo. O PT tentou obstruir a votação, utilizando instrumentos previstos no regimento interno para postergar a análise da matéria. A sigla obteve o apoio de PC do B, PDT e do bloco PP-PROS.


Para o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a criação da comissão externa seria um “erro político” "Vai colocar a Petrobras em dúvida no plano internacional por uma investigação que não existe, e a Câmara ainda pode ficar em maus lençóis ao não ter acesso às investigações", disse Chinaglia.


Vai colocar a Petrobras em dúvida no plano internacional por uma investigação que não existe, e a Câmara ainda pode ficar em maus lençóis ao não ter acesso às investigações." Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), líder do governo na Câmara. No entanto, a oposição e cinco partidos que formam o "Blocão" defenderam aprovar o texto, entre os quais o PMDB, segunda maior bancada da Câmara.  A relação do Palácio do Planalto com a base aliada tem se deteriorado nos últimos meses.  Partidos reclamam do não cumprimento de acordos quanto à liberação de recursos de emendas parlamentares, criticam a demora da presidente Dilma Rousseff em concluir a reforma ministerial, e se dizem excluídos das decisões políticas e de lançamentos de programas do governo federal.
 
 
O foco da crise é a Câmara dos Deputados e a relação tumultuada que o Planalto tem com o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). Nesta segunda, a presidente Dilma Rousseff se reuniu com lideranças do PMDB, mas não convidou Cunha, o que foi interpretado por parlamentares como uma tentativa de isolar o líder peemedebista.


Em resposta, o "Blocão" e a bancada do PMDB na Câmara anunciaram publicamente apoio ao peemedebista e disseram que eventual tentativa de excluí-lo significaria ignorar toda a base aliada da Casa. Após a aprovação da comissão de externa para investigar a Petrobras, Eduardo Cunha negou que a votação tenha sido uma tentativa de “retaliar” o Planalto. "Não tem nenhuma intenção de vingança", afirmou. 


O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também defendeu a aprovação do requerimento. "A comissão externa não é acusatória, é investigatória. Essa comissão é apenas para investigar. O bem da Petrobras é o que todos nós queremos, e esta Casa cumpriu seu dever", afirmou.