O administrador de empresas brasileiro Ivan Kyrillos Fairbanks Barbosa trabalhava no escritório da corretora de valores Cantor Fitzgerald, no 105º andar da torre norte do World Trade Center, quando ela foi atingida pela primeira das aeronaves seqüestradas por terroristas da al-Qaeda às 8h46 de 11 de setembro de 2001. A história dele, assim como a das quase 3 mil vítimas dos atentados, será preservada no memorial e museu que será inaugurado no próximo dia 11, durante a cerimônia que marcará os 10 anos da tragédia.
Resultado de uma seleção aberta em 2003 que incluiu mais de 5.200 projetos de 63 países, o Memorial e Museu Nacional 11 de Setembro é parte do complexo que está sendo erguido no Marco Zero, como ficou conhecido o local após o atentado. A primeira das cinco torres em construção, chamada de Freedom Tower, ainda mais alta que as Torres Gêmeas, será inaugurada em 2013.
A ideia, de acordo com o presidente do Memorial, Joe Daniels, é de que seja não apenas um local para lembrar a tragédia, mas também “o espírito de união e solidariedade” que se seguiram aos atentados e que “ainda pode ser visto no grande apoio que a organização recebeu de patrocinadores de 50 estados e 28 países”. “Uma ligação que está acima de política, raça, classe econômica e fronteiras geográficas”, diz em mensagem no site da instituição.
Imagens dos rostos das quase 3 mil vítimas dos ataques ocupará uma grande parede do museu, que também exibirá relatos de parentes e objetos pessoais doados pelos familiares. Além dos mortos nas duas torres, a lista inclui ainda os que perderam a vída nos voos que caíram sobre o Pentágono, no estado da Pensilvânia, além de seis vítimas de outro atentado a bomba ao World Trade Center, em 1993.
Do lado externo, dois imensos espelhos d’água ocupam agora o mesmo perímetro onde estavam as Torres Gêmeas, alimentadas por uma queda d’água em fluxo contínuo. A intenção, segundo os responsáveis pela obra, é que os dois espaços abertos sejam uma visão constante da ausência. No parapeito, vazados em placas de bronze, estarão os nomes de cada um dos mortos no maior ataque terrorista da história dos Estados Unidos.
Mais de 400 árvores foram plantadas na Praça do Memorial, cuja ideia é que se torne um espaço de convivência dos novaiorquinos na região do Distrito Financeiro. Todo o projeto paisagístico está construído sobre a área ocupada por memorial e museu, que se espalha em pavimentos subterrâneos a mais de 20 metros de profundidade. Ele está interligado ao metrô e outros equipamentos urbanos.
Doações
No site da instituição www.911memorial.org, é possível agendar uma visita à mostra a partir da abertura (o ingresso é gratuito, mas é sugerida uma doação), conhecer os principais doadores, colaborar com a memorabilia da mostra e até mesmo se tornar um voluntário.
Por uma câmera instalada no alto de um dos edifícios, é possível acompanhar o andamento das obras dos prédios. Recém-inaugurado, o “Memorial Guide”, aplicativo do memorial para smartphones e tablets, também pode ser baixado gratuitamente no site.
Alccy Marthins
Twitter: @alcy_martins