terça-feira, 30 de agosto de 2011

A GREVE CONTINUA: EXIGIMOS RESPEITO PODER JUDICIÁRIO CEARENSE, JÁ QUE O CID GOMES NOS NEGA

Em mais uma Assembléia Geral da categoria, realizada ontem no Ginásio Aécio de Borba, ás 16 horas, com representação de aproximadamente 60 municípios de todas as Regiões do Estado, mais de três mil professores aprovaram pela continuidade da Greve. A categoria avaliou que é necessário que o Governo assine um Termo de Ajustamento de Conduta-TAC com os compromissos assumidos na última audiência.




A Assembléia também aprovou a seguinte agenda de mobilização, sem prejuízo das atividades Zonais, Municipais ou Regionais:

Dia 30 de agosto - terça-feira - 15 horas – Apresentação Estudo sobre aplicabilidade dos recursos da Educação pelo Estado do Ceará, pelo técnico contratado pelo Sindicato-APEOC, André Pinheiro.

Dia 01 de setembro - Quinta-feira - Manifestação na Assembléia Legislativa, Concentração 08 horas na Praça da Imprensa.

Dia 02 de setembro - sexta-feira - Assembleia Geral, às 15 horas, no Ginásio Aécio de Borba.




Mesmo com a ilegalidade, que ainda não vi no site do TJ-CE, era de se esperar que fosse decretada a ilegalidade da greve dos professores do Estado do Ceará. E era de se esperar que fosse considerada ilegal por alguém do judiciário oriundo de família da ribeira do Acaraú, especificamente do município de Sobral (os Estados Unidos do Ceará).




É o que acontece desde 2009, quando o Juiz da 2ª Vara da Fazenda Francisco Chagas Barreto Alves decretou a ilegalidade do movimento grevista daquele ano. Agora, foi a vez de o desembargador Emanuel Leite Albuquerque decretar a ilegalidade. Parece muita coincidência eles serem de famílias sobralenses? É de esperarmos que, caso haja uma outra greve nos próximos anos, surja um Frota, um Aguiar, um Parente, um Arruda, um Vasconcelos, um Carneiro, um Lira, um Paiva e decrete a ilegalidade.    




Não sei se na cabeça de alguma outra pessoa, fora a do senhor desembargador, aceite uma de suas alegações para que os professores voltem às aulas - a de que a greve dos professores traz prejuízo à saúde dos estudantes, uma vez que estes ficam sem a merenda escolar. Ora, senhor desembargador, não são os professores que fazem ou distribuem a merenda escolar para os alunos. Muito menos descumpre uma leifederal. Acorda desembargador alienado e sem conceitos de ensino. Não a criminalização dos direitos dos trabalhadores deste país.




Se a greve coloca em risco a saúde e a sobrevivência dos alunos então o que acontece nas férias escolares é um verdadeiro genoCIDio !!!!!! No pedido de ilegalidade o governador chamou todos os alunos da Escola Publica do Ceará de mortos de fome. Surge então, mais um motivo para os alunos se revoltarem contra esse governador sem noção do que é educação de fato e direitos humanos, sem falar nos de greve.




Nas escolas existe um corpo de servidores que são responsáveis pelo processo de cozimento e distribuição da merenda. Os professores são responsáveis apenas pelo processo educacional. Não é da competência dos professores trabalhar na cantina escolar e sim em sala de aula. Afinal, estes nem sequer podem tocar na merenda escolar, segundo o Ministério Publico Estadual, este órgão é uma fraude de busca de justiça. Mas caso a falta de merenda seja o problema, que a distribuam para os alunos.




Esta é uma greve ímpar e singular, pois pela primeira vez na história do Ceará, tanto a capital, quanto o interior aderiram fortemente ao movimento grevista. Por tudo isso e pela falta total de honestidade do governador com a classe dos professores, devemos continuar a greve e gritar em alto e bom som: FORA CID GOMES.   




Com a notícia da ilegalidade da greve, está chovendo ligações na escola com dúvidas sobre a retomanda das aulas. Muitos professores provavelmente ficarão com medo e irão querer voltar para sala de aula, pois sabendo que era um direito, muitos não queria participar, e agora com a notificação é que vai ser dificil convencê-los de lutar. Mais vamos ficar firmes para não desanimar. 




Estou em um país, onde sinto-me sufocado por tamanho desprezo, baixa autoestima, de uma categoria que deveria ensinar a pensar, mas me parece que a grande maioria está perdida. Não quero ser um dos martires da educação, fazer greve de fome, morrer para ser lembrado e ouvido. Quero respeito! Novamente, precisamos de apoio de todos para conquistar esse respeito.





Alccy Marthins
Twitter: @alcy_martins