domingo, 3 de julho de 2011

VIDA SINTÉTICA - Parte 1

Dr. J. Craig Venter


Pesquisadores do J. Craig Venter Institute (JCVI) anunciaram a criação do primeiro ser vivo feito 100% de DNA sintético – produzido em laboratório. A organização de pesquisa genômica sem fins lucrativos publicou hoje os resultados que descrevem a construção da primeira célula de bactéria sintética auto-replicante – ou seja, que consegue se reproduzir.

Este feito é de enorme impacto para a ciência, uma vez que o genoma foi inteiramente projetado em um computador e trazido à vida por meio de uma síntese química sem nenhum pedaço de DNA natural. A célula sintética criada foi projetada em um computador a partir do gene da bactéria Mycoplasma mycoides. Analisando a sequência de DNA original dela, os cientistas fabricaram em laboratório uma molécula de DNA com uma sequência de bases nitrogenadas (os elementos que constituem o DNA) que corresponde à sequência original, e transplantaram toda a molécula para uma célula recipiente. Esta célula servia só como local para que esta nova molécula sintética pudesse se reproduzir.


É possível fazer uma analogia com um computador. Criar um DNA artificial é como criar um software para um sistema operacional. Transferi-lo para uma célula é como carregá-lo no hardware e rodar um programa. A pesquisa aparece hoje na Science Express e estará na próxima edição impressa da revista.



Passo a passo

Por 15 anos, a equipe de mais de 26 pesquisadores liderados pelo Dr. J. Craig Venter trabalhou no projeto. Primeiro o genoma da M. mycoides teve que ser digitalizado. Com ele em mãos, a equipe projetou 1.078 sequências específicas de DNA, cada uma com 1.080 pares de bases nitrogenadas. Elas foram projetadas de tal forma que cada um desses trechos se sobrepunha a seu vizinho com 80 pares de bases




Alccy Marthins