Reitores, pró-reitores e assessores internacionais das universidades federais, dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e das Instituições de Ensino Superior acompanharam, no auditório do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, as propostas das duas pastas para colocar em prática a intenção do governo de ofertar 75 mil bolsas de estudo fora do país em quatro anos. “O novo alvo são as 100 melhores universidades do mundo. Queremos colocar os nossos jovens talentos nos melhores centros de formação do mundo. Já estamos com as negociações adiantadas com os chefes de Estado dos Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, França e Portugal”, informou o ministro Aloizio Mercadante.
Mercadante reforçou a importância do programa, tendo em vista a necessidade de formação de qualidade, diante do avanço de segmentos importantes no Brasil como o da construção civil, que cresce 20% ao ano. O ministro do MCT afirmou que é preciso motivar os jovens talentos para suprir o déficit de formação, em especial na área de engenharias. “A grande prioridade hoje são as engenharias e as exatas, onde nós temos mais deficiência. O mercado hoje está muito aquecido. Os jovens não estão concluindo (os cursos). Há um nível muito grande de evasão nas engenharias.
A deficiência de formação anterior também contribui. Estamos lançando um programa especial para as engenharias no Brasil para motivar, garantir a permanência e ampliar a capacidade de formação para podermos dar um salto extraordinário nessa área”, adiantou o ministro. Entre as diretrizes a serem adotadas no programa, estão o critério da meritocracia (beneficiar os melhores alunos) e a utilização da modalidade bolsa sanduíche, pela qual o estudante precisa voltar ao Brasil para conclusão do curso. Além do doutorado pleno em áreas estratégicas e do pós-doutorado.
Além de apoiar a ida de estudantes para fora do país, outra estratégia para impulsionar a inovação tecnológica e internacionalizar a ciência brasileira será incentivar a volta de talentos ao Brasil. “A meta, só no CNPq, é trazer 1.200 cientistas brasileiros, jovens e grandes talentos que estão fora do Brasil e 300 líderes científicos em áreas estratégicas”, disse Mercadante.
Internacionalização das ciências
Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, os trabalhos estão sendo acelerados com o objetivo de finalizar a elaboração do programa até o final do segundo semestre e apresentá-lo à presidenta Dilma Rousseff no dia 15 junho, já com as devidas negociações com a área econômica. Atualmente, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) oferecem cinco mil bolsas no exterior. “Precisamos dar um grau efetivo de institucionalidade do programa. (...) Aproveitar esse momento de vigor inicial para institucionalizar por decreto um grande programa de internacionalização da ciência”, disse Haddad.
O ministro da educação salientou que o desafio envolve uma questão de escala para multiplicar o número de bolsas para brasileiros até 2014, tendo como foco a inovação tecnológica. Ele destacou ainda que a iniciativa também visa reforçar o intercâmbio com os parceiros tradicionais, Estados Unidos e Europa, e ampliar as ações com outros países, por exemplo, do continente asiático. Participaram do evento cerca de cem instituições de ensino superior, o presidente do CNPq, Glaucius Oliva, o presidente da Capes, Jorge Guimarães, o secretário de Educação Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa e o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco.
Alccy Marthins