terça-feira, 30 de novembro de 2010

OS ANTIBIÓTICOS SOB FORÇA DE LEI

Desde o início da semana (21/11), os medicamentos que contenham alguma substância classificada como antimicrobiano, os conhecidos antibióticos, só podem ser vendidos mediante a apresentação de receita prescrita por profissional competente em letra legível e em duas vias. A determinação é da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e entrou em vigor no domingo.


Segundo a Anvisa, a determinação vale para mais de 90 substâncias antimicrobianas que englobam todos os antibióticos registrados no país. Nas embalagens e bulas será obrigatória a inscrição da frase "Venda sob prescrição médica - Só pode ser vendido com retenção da receita". O processo ainda está em implantação e as farmácias e empresas farmacêuticas têm até 180 dias para se adequar à nova exigência.

A receita tem validade de dez dias e deve conter o nome completo do paciente, estar escrita sem rasuras e com letra legível e em duas vias. Na hora da compra também será exigida a identificação do comprador, endereço e um telefone para contato. Todas as vendas realizadas serão cadastradas em um livro fiscalizado pela Vigilância Sanitária.

Nas ruas, as pessoas demonstram compreender a necessidade da nova medida. Esse foi o caso de uma senhora que se identificou apenas como Izabel Cristina. Ela contou que seu filho chegou a tomar um medicamento antibiótico com receita médica e só foi descobrir que era alérgico na terceira dose:

- Meu filho tomou com receita e chegamos a ter problemas, imagina se é um caso que a pessoa se automedica. Isso é muito perigoso e sou totalmente a favor da exigência.


Preocupações comerciais:

Com a nova exigência, algumas farmácias acreditam que a venda possa cair porque até mesmo uma pomada cicatrizante, que é comumente vendida nos balcões sem prescrição médica e que contém a neomicina, uma substância antimicrobiana, não poderá mais ser vendida sem a apresentação e retenção de receita médica.

Pode até acontecer de termos uma queda nas vendas, mas por outro lado vai ser melhor porque vai zelar pelo bem-estar da população, acabando com a automedicação. Mais vale um remédio com receita do que uma complicação depois.


Alcy Martins