O clima ficou tenso ontem, na Assembleia Legislativa. Professores da rede estadual de ensino em greve entraram em confronto com a Polícia Militar. Os manifestantes invadiram as dependências da Casa Legislativa, galerias e tentaram entrar no plenário, mas foram contidos por policiais do Batalhão de Choque, que fez cordão de isolamento na entrada do plenário. É verdade que os policiais agiram com violência.
Minutos antes, PMs que fazem a segurança do Legislativo tentaram impedir a entrada dos manifestantes na entrada principal da Assembleia, mas não conseguiram conter a multidão. Durante o protesto.
Vídeo nostra violência dos policiais contra os manifestantes
Preocupada com a segurança dos deputados, a presidência do Poder orientou o fechamento dos gabinetes e a sessão plenária foi suspensa.
Transtornos
Após realizar manifestação na Praça da Imprensa professores, pais e alunos seguiram em caminhada rumo ao Legislativo estadual. Quem passava pela Avenida Desembargador Moreira teve a emoção de ver os manifestantes.
Enquanto a manifestação acontecia, parlamentares se reuniam com o comando de greve dos professores na Presidência da Assembleia Legislativa.
O deputado Tim Gomes, que estava presidindo as atividades, destacou que a Assembleia é parceira e que sempre esteve pronta para receber os professores. Esse deputado falta com a verdade porque, o mesmo foi omisso em diversas discussões sobre o Piso Nacional.
Os professores foram recebidos, ontem à noite, por Ivo Gomes, chefe de gabinete do governador. Até o fechamento desta edição, era discutido, no encontro, um documento com propostas para ser apresentado durante nova assembleia dos professores hoje. É que se deixe claro que o governador precisa aceitar as reivindicações da categoria de profesores, pois o massacre de seus direitos está acontecendo começou na Era Tasso Jereissate.
Greve
Na última sexta-feira, 26, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) determinou a suspensão da greve. De acordo com a decisão, a categoria deveria retomar às atividades em até 48 horas, sob pena de pagar R$ 10 mil por cada dia de descumprimento. A greve completa um mês na próxima segunda-feira, 5. O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Antônio Carlos, diz que foi avisado pelo movimento grevista, ainda na quarta-feira, 24, sobre o pedido de ilegalidade da greve.
A luta da categoria agora é para que seja firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). "Achamos importante alguns compromissos verbais, escritos em ata, mas, devido à ilegalidade e a forma como as coisas estão acontecendo, queremos que haja um documento oficial colocando princípios e diretrizes que possam ser acordados entre a categoria e o governo", destaca Anízio Melo.
A expectativa dos professores é que o governo assine um TAC garantindo o Plano de Cargos e Carreiras (PCC) tendo como base a Lei 12.066, de 1993; a implantação do Piso Nacional; e 1/3 de hora atividade e concurso público.
Algumas conquistas foram alcançadas. Uma delas foi a suspensão da tabela da carreira do magistério, elaborada pelo governo do Estado, que, para os professores, "aniquilava a carreira da categoria". Porém, essa mensagem nem sequer chegou a ser enviada à Assembleia. Os professores estão unidos com a sociedade isto já é claro.
Alccy Marthins
Twitter: @alcy_martins