Câmeras de segurança flagraram o Porsche que colidiu e matou a advogada Carolina Menezes Cintra Santos em uma rua do Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo, no sábado (9), em alta velocidade momentos antes da colisão. As imagens foram registradas pelas câmeras de um prédio da via. A Justiça concedeu liberdade provisória com fiança fixada em R$ 300 mil ao empresário Marcelo Malvio Alves de Lima, de 36 anos, que dirigia o carro de luxo. A assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) confirmou na tarde desta segunda-feira (11) a decisão da juíza Ana Carolina Della Latta Camargo Belmudes, designada para atuar no plantão judiciário.
O Porsche se chocou com o Hyundai Tucson conduzido pela advogada na Rua Tabapuã, próximo à esquina com a Rua Bandeira Paulista. Os dois carros foram parar em um poste, um em cima do outro. Carolina, de 28 anos, morreu na hora. A perícia afirma que o Porsche trafegava a 150 km/h. O empresário foi levado para o Hospital São Luiz, onde permanecia internado até o fim da manhã desta segunda-feira, segundo a polícia. A assessoria do hospital disse que, a pedido da família, não pode divulgar informações sobre o estado de saúde dele.
O TJ-SP informou que o pedido de liberdade provisória chegou à Justiça neste domingo. O Ministério Público opinou contra a concessão, mas a juíza considerou que não estavam presentes os requisitos para a manutenção da prisão cautelar porque o motorista é primário, possui ocupação lícita e residência fixa na capital paulista.
Com base nas alterações no Código de Processo Penal pela Lei nº 12.403/2011, a juíza determinou ao empresário “a restrição de frequentar bares e casas noturnas, a obrigação de recolher-se à sua casa no período noturno, a proibição de deixar a cidade sem avisar o Juízo, o impedimento de se ausentar do país” e concedeu a liberdade mediante pagamento de fiança que foi definida “levando em consideração as condições econômicas do indiciado”, de acordo com o TJ-SP. Caso não seja feito o pagamento, ele poderá ser preso.
A informação sobre a concessão da liberdade provisória havia sido adiantada ao G1 pelo advogado do empresário, Pedro José Vilar Godoy Horta. O advogado não quis dar outros detalhes sobre a defesa ou a versão do empresário sobre o acidente, mas disse que deve falar sobre o caso ainda nesta tarde.
Testemunhas
A polícia ouviu oito testemunhas do acidente durante o fim de semana e procurava, nesta segunda-feira, câmeras de segurança na região que possam ter registrado a batida. Segundo o delegado Paul Henry Bozon Verduraz, titular do 15º Distrito Policial, as testemunhas disseram que a advogada avançou o farol vermelho devagar, por volta das 2h45, quando houve a colisão. Após o acidente, o carro da advogada foi lançado a uma altura de 50 centímetros até bater no poste.
Os policiais não descartam que o motorista do Porsche estivesse embriagado no momento do acidente. Eles disseram que o empresário admitiu, durante depoimento colhido no hospital, ter tomado "uma ou duas taças de vinho". Ele será indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Isso porque, segundo a polícia, ao dirigir em alta velocidade, ele assumiu o risco de causar um acidente.
Alccy Marthins