O vírus da gripe A (H1N1), que causou uma epidemia mundial em 2009,
continua circulando pelo Brasil, e os casos voltaram a crescer. Em 2012, segundo o Ministério da Saúde, já foram registradas mais
mortes que em todo o ano passado. Santa Catarina é o estado com mais
mortes de janeiro a junho: 38. A infectologista Rosana Richtmann e o pneumologista Luiz Vicente
Ribeiro reforçaram no Bem Estar desta terça-feira (3) que a vacina é a
melhor estratégia disponível para prevenir esse tipo de gripe e suas
consequências. Na opinião dos médicos, o álcool em gel para lavar as
mãos também é melhor que água e sabão porque mata 100% os vírus e
bactérias.
Mas, apesar de o Brasil ter atingido 80% da população com a campanha de
vacinação deste ano, essa porcentagem não é a mesma em algumas regiões. Em São Paulo, por exemplo, a cobertura ficou apenas em 73,2%. Segundo
especialistas, esse aumento no número de mortes pode ser atribuído a
essa falta de imunização. Durante a campanha, que já se encerrou, a vacina fica disponível de
graça nos postos de saúde para idosos, crianças pequenas, gestantes,
profissionais de saúde e populações indígenas.
Apenas 71% das grávidas se vacinaram até agora, quando o esperado era no mínimo 80%. Mesmo quem não pode receber a vacina pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
pode tomar, mas precisa pagar. O preço varia de R$ 50 a 70 nas clínicas
particulares. Segundo a infectologista Rosana Richtmann, a vacina está em falta na
rede privada por causa da grande procura. Mas ela espera que, em breve,
aconteça o reabastecimento. Ela informou também que não há contraindicação para se vacinar.
Tipos de vírus
Os vírus influenza são da família dos ortomixovírus e se
subdividem em três tipos: A, B e C, de acordo com sua diversidade. Todos
podem sofrer alterações. O tipo A é o mais mutável e, por isso, as pandemias estão mais associadas a esse vírus. A maioria das pessoas infectadas se recupera da gripe em até duas semanas sem tratamento médico. Mas, no caso de crianças muito pequenas, idosos, grávidas e portadores
de quadros clínicos especiais, a infecção pode levar a formas
clinicamente graves, pneumonia e morte. O controle requer uma vigilância qualificada, somada a imunizações
anuais, direcionadas especificamente a esses grupos de maior
vulnerabilidade.
Sintomas e transmissão
Os sintomas da gripe, muitas vezes, são semelhantes aos do resfriado: comprometimento das vias aéreas superiores, com congestão nasal, tosse, rouquidão, febre variável, mal-estar, dor muscular e dor de cabeça.
Fique atento para sinais de piora, como falta de ar. Quanto mais cedo
for usado um antiviral distribuído pelo Ministério da Saúde, mediante
receita médica, melhor. A infectologista Rosana Richtmann recomenda que o remédio seja tomado
nas primeiras 48 horas após o surgimento dos sintomas. Isso ajuda a
abreviar a doença e minimizar as chances de transmissão. É importante
procurar um médico. Quem já teve a gripe H1N1 já criou anticorpos e, caso volte a ter a
mesma gripe, terá com menor intensidade. Uma das dicas para se prevenir é
deixar os ambientes arejados. O vírus precisa de uma distância de mais
ou menos 1 metro para ser transmitido e consegue sobreviver até 7 horas
fora do corpo.
Essa transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da
pessoa contaminada através da fala, tosse ou espirro. Por isso, é
importante virar a boca ou o nariz ou usar os braços, não as mãos, para
impedir que o vírus se espalhe. Essa recomendação de não utilizar as mãos para evitar a disseminação do
vírus acontece porque as pessoas podem se infectar através das mãos.
Elas podem levar o agente infeccioso até a boca, olhos ou nariz por
causa do contato com superfícies recém-contaminadas.
Para prevenir, os infectologistas recomendam lavar as mãos e evitar o
compartilhamento de objetos. O álcool gel também pode ser usado após a
tosse ou o espirro - inclusive, ele é mais recomendado pelos médicos do
que o sabão. Higienizar as mãos, no mínimo, 5 vezes ao dia é um número
adequado. Na enquete feita no site do Bem Estar, 90% dos internautas responderam
que lavam as mãos várias vezes ao dia, um bom sinal de prevenção da
gripe A. Veja o resultado: